
Direção: Erik Poppe Roteiro: Harald Rosenlow Eeg
Produção: Finn G & Strein Kvae
Música: Hugo Ekornes
Fotografia: John Christian Rosenlund
Direção de Arte: Elanor Wood
Figurino: Judith Willians
Edição: Sofia Linogren
Elenco: Juliette Binoche (Rebecca); Nikolaj Coster-Waldau (Marcus); Chloë Annett (Jessica); Maria Doyle Kennedy (Mireille Darc).
SINOPSE: Rebeca (Juliette Binoche) é uma das 5 melhores fotografas de guerra do mundo em atividade. Designada à Cabul e Istambul para investigar jovens mulheres-bombas, acaba gravemente ferida em uma explosão. Isto abala sensivelmente o relacionamento familiar e seu marido (Nikolaj Coster-Waldau) lhe dá um ultimato exigindo para ela deixar de viver esta rotina arriscada. O marido, por outro lado, combate vestígios de plutônio no mar, que causam estranhas mutações em espécies marinhas.
COMENTÁRIO: Erik Poppe, baseado nas suas experiências como ex–fotografo de zonas de conflito, insere esta historia dentro de um drama doméstico. O foco é a fotografia jornalística que questiona se pode mesmo valer tanto e se existe uma ética quando o fotógrafo se apropria da imagem de uma pessoa que sofre por questões políticas, miséria, guerras... e se justifica a divulgação destas imagens tão pavorosas.
Um trabalho exemplar de Juliette Binoche, que aqui consegue “dizer” até sem palavras, o que sua personagem “pensa” através da intensidade expressiva de seu rosto. Um destaque pelo bom trabalho de Nikolaj Coster-Waldau e a jovem Lauryn Canny Boas imagens do cinegrafista John Christian Rosenlund mostrando da aridez do deserto á desolação da praia irlandesa, ao conforto do lar e Poppe aproveitou fotos feitas por ele nos anos 80 quando era fotografo de guerra.
Existe aqui uma metáfora perfeita no duplo sentido do verbo “disparar” para a fotografia e para a arma, ilustrando o uso da imagem como agressão e invasão.
Um ponto alto do filme é num momento de discussão entre mãe e filha e a filha com a máquina fotográfica dispara dezenas de fotos a poucos centímetros do rosto de Rebecca, enquanto a mãe se desespera e chora. O que poucos sabem é que esta profissão em busca compulsiva de registros é quase uma dependência química. Um ótimo filme.
Nota 9
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