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terça-feira, 28 de agosto de 2012

HELENO - DVD

HELENO
Biografia, Drama / 116 min. / Brasil 2010

Direção: José Henrique Fonseca 
Roteiro: José Henrique Fonseca, Felipe Bragança, Fernando Castets 
Produção: José Henrique Fonseca, Eduardo Pop, Rodrigo Teixeira, Rodrigo Santoro 
Musica: Berna Ceppas 
Fotografia: Walter Carvalho
Direção de Arte: Marlise Storchi
Figurino: Rita Murtinho 
Edição: Sergio Mekler 
Elenco: Rodrigo Santoro (Heleno de Freitas), Alinne Moraes (Silvia), Othon Bastos (presidente de Botafogo), Herson Capri (Medico da Clinica), Angie Cepeda (Diamantina), Erom Cordeiro (Alberto), Orã Figueiredo (Bezerra), Henrique Juliano, Duda Ribeiro (Cezar). 

SINOPSE: Heleno de Freitas é a figura do Rio de Janeiro de 1940, quando a cidade era cheia de glamour, sonho e promessas. Primeiro galã do futebol, Heleno defendia o Botafogo e tinha tudo para ser o maior jogador do Brasil. No entanto, a guerra mundial da época e a libertinagem que guiava sua vida mudaram seu brilhante destino, abandonado em um sanatório e vítima da sífilis aos 39 anos de idade. 

COMENTÁRIO: O filme, baseado no livro “Nunca Houve um Homem como Heleno” de Marcos Eduardo Neves. Em Heleno, o diretor José Henrique Fonseca, filho do escritor Rubem Fonseca, criou uma cinebiografia de um personagem controverso e polêmico mas sem desconstruir sua personalidade absolutamente complexa. Fácil lembrar Lenny de Bob Fosse em1974 sobre o comediante Lenny Bruce e Touro Indomável de Martin Scorsese em 1980 sobre Jake La Motta um dos grandes boxeadores da história americana. O filme de Fonseca é cheio de idas e vindas no tempo, começando por mostrar primeiramente o período de doença e decadência no sanatório, onde o mesmo relembrava-se dos seus feitos, gols, glórias e mulheres. A cinematografia de Walter Carvalho passeia entre o alto contraste dos momentos de glória e o cinza sujo e entristecido da época presente do filme. Uma ótima fotografia todo em preto e branco com imagens surpreendentes. Magnífico trabalho do Rodrigo Santoro e do Fonseca que consegue retratar a transformação de Santoro – de um “garanhão” saudável para uma figura magra e doentia. Com uma montagem não cronológica consegue intercalar os ambientes abertos, gigantescos, bonitos, elegantes e transformá-los em ambientes fechados, claustrofóbicos e repulsivos.

Nota 8


Heleno de Freitas nasceu em São João Nepomuceno, 12 de fevereiro de 1920 e faleceu em Barbacena, 8 de novembro de 1959.
Foi um futebolista brasileiro, considerado o primeiro "craque problema" do futebol brasileiro.
Advogado, boêmio, catimbeiro, boa vida, irritadiço, galã, Heleno era homem de boa aparência, mas quase intratável. Depois de onze anos jogando futebol, entrou para a história como um dos maiores craques do futebol sul-americano
Heleno estudou no Colégio São Bento e depois obteve o bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro (atual Faculdade Nacional de Direito da UFRJ). Era considerado membro da alta sociedade, com amigos empresários, juristas e diplomatas. Seu pai era dono de um cafezal e ainda cuidava de negócios de papel e chapéus.
Sua vida foi marcada por vícios em drogas como lança-perfume e éter. Isto o fez tentar se auto-eletrocutar num treino do Botafogo. Boêmio, era frequentador de diversas boates do Rio de Janeiro.
Teve um filho apenas, Luiz Eduardo, com sua esposa Silvia. Porém, ela fugiu para Petrópolis por conta do temperamento de Heleno de Freitas em 1952. Luiz Eduardo — por ter perdido contato desde a mudança — só teve notícias sobre o pai com 10 anos de idade, justamente sobre seu falecimento.
Heleno teve complicações com sífilis, que o deixou louco. Segundo o ex-goleiro Danton, Heleno, já internado em um sanatório, assistia acompanhado de um médico os jogos do Olympic de Barbacena, e dentre seus delírios megalomaníacos Danton o ouviu contar que teve casos amorosos com várias mulheres bonitas, incluindo um caso nunca comprovado com Eva Perón no período em que ele esteve na Argentina. Veio a falecer no ano de 1959, em um sanatório de Barbacena, onde se internou seis anos antes, em 1953, com apoio da família.
Sua vida é retratada no filme Heleno estrelado por Rodrigo Santoro que fez o papel do título e Alinne Moraes, que fez sua esposa Silvia.

Como jogador foi dono de um gênio intempestivo, que muitas vezes o fazia ser expulso de campo e lhe trazia muitos inimigos, Heleno de Freitas, apelidado de "Gilda" por seus amigos do Clube dos Cafajestes e pela torcida do Fluminense, por seu temperamento e por este ser o nome de uma personagem da atriz estadunidense Rita Hayworth em filme de mesmo nome, foi o símbolo de um Botafogo guerreiro, que nunca se dava por vencido.
Descoberto por Neném Prancha no time do Botafogo de praia, Heleno chegou ao time principal em 1937, com a responsabilidade de substituir o ídolo Carvalho Leite (goleador do tetracampeonato estadual, de 1932 a 35) e não decepcionou a torcida, com grande habilidade e excelente cabeceio.
Dono de uma postura elegante dentro e fora de campo, o jogador de cerca de 1,82 metros de altura foi o maior ídolo alvinegro antes de Garrincha, mesmo sem nunca ter sido campeão pelo clube. Marcou sua passagem pelo Botafogo com 209 gols em 235 partidas, tornando-se o quarto maior artilheiro da história do clube. Deixou General Severiano em 1948, quando foi vendido ao Boca Juniors, da Argentina, na maior transação do futebol brasileiro até então.
Ainda atuou pelo Vasco da Gama, onde conquistou seu único título por um clube, o de campeão carioca de 1949 com o memorável Expresso da Vitória, pelo Atlético Junior de Barranquilla (da Liga Pirata da Colômbia), pelo Santos e pelo América, onde encerrou a carreira, porém tendo jogado apenas uma partida pelo clube de Campos Sales, sua única no estádio do Maracanã, sendo expulso aos 35 minutos do primeiro tempo, após acertar um carrinho violento em um zagueiro adversário. Ainda tentou, depois, voltar aos campos pelo Flamengo por indicação de Kanela, mas se desentendeu com os jogadores do rubro-negro num jogo-teste e não foi aceito.
Fez 18 partidas pela Seleção Brasileira de Futebol marcando 15 gols, tendo sido artilheiro do Campeonato Sul-Americano de Futebol de 1945 - atual Copa América - com 6 gols.

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