Biografia, Drama / 116 min. / Brasil 2010
Direção: José Henrique Fonseca
Roteiro: José Henrique Fonseca, Felipe Bragança, Fernando Castets
Produção: José Henrique Fonseca, Eduardo Pop, Rodrigo Teixeira, Rodrigo Santoro
Musica: Berna Ceppas
Fotografia: Walter Carvalho
Direção de Arte: Marlise Storchi
Figurino: Rita Murtinho
Edição: Sergio Mekler
Elenco: Rodrigo Santoro (Heleno de Freitas), Alinne Moraes (Silvia), Othon Bastos (presidente de Botafogo), Herson Capri (Medico da Clinica), Angie Cepeda (Diamantina), Erom Cordeiro (Alberto), Orã Figueiredo (Bezerra), Henrique Juliano, Duda Ribeiro (Cezar).
SINOPSE: Heleno de Freitas é a figura do Rio de Janeiro de 1940, quando a cidade era cheia de glamour, sonho e promessas. Primeiro galã do futebol, Heleno defendia o Botafogo e tinha tudo para ser o maior jogador do Brasil. No entanto, a guerra mundial da época e a libertinagem que guiava sua vida mudaram seu brilhante destino, abandonado em um sanatório e vítima da sífilis aos 39 anos de idade.
COMENTÁRIO: O filme, baseado no livro “Nunca Houve um Homem como Heleno” de Marcos Eduardo Neves. Em Heleno, o diretor José Henrique Fonseca, filho do escritor Rubem Fonseca, criou uma cinebiografia de um personagem controverso e polêmico mas sem desconstruir sua personalidade absolutamente complexa. Fácil lembrar Lenny de Bob Fosse em1974 sobre o comediante Lenny Bruce e Touro Indomável de Martin Scorsese em 1980 sobre Jake La Motta um dos grandes boxeadores da história americana. O filme de Fonseca é cheio de idas e vindas no tempo, começando por mostrar primeiramente o período de doença e decadência no sanatório, onde o mesmo relembrava-se dos seus feitos, gols, glórias e mulheres. A cinematografia de Walter Carvalho passeia entre o alto contraste dos momentos de glória e o cinza sujo e entristecido da época presente do filme. Uma ótima fotografia todo em preto e branco com imagens surpreendentes. Magnífico trabalho do Rodrigo Santoro e do Fonseca que consegue retratar a transformação de Santoro – de um “garanhão” saudável para uma figura magra e doentia. Com uma montagem não cronológica consegue intercalar os ambientes abertos, gigantescos, bonitos, elegantes e transformá-los em ambientes fechados, claustrofóbicos e repulsivos.
Nota 8
Heleno de Freitas nasceu em São João Nepomuceno, 12 de fevereiro de 1920
e faleceu em Barbacena, 8 de
novembro de 1959.
Foi um futebolista brasileiro, considerado o primeiro "craque problema" do futebol brasileiro.
Advogado, boêmio, catimbeiro, boa vida, irritadiço, galã, Heleno
era homem de boa aparência, mas quase intratável. Depois de onze anos jogando
futebol, entrou para a história como um dos maiores craques do futebol
sul-americano
Heleno estudou no Colégio São Bento e depois obteve o
bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Rio de
Janeiro (atual Faculdade Nacional de Direito da UFRJ). Era
considerado membro da alta sociedade, com amigos empresários, juristas e
diplomatas. Seu pai era dono de um cafezal e ainda cuidava de
negócios de papel e chapéus.
Sua vida foi marcada por vícios em drogas
como lança-perfume e éter. Isto o fez tentar se auto-eletrocutar
num treino do Botafogo. Boêmio, era frequentador de diversas boates do Rio de
Janeiro.
Teve um filho apenas, Luiz Eduardo, com sua esposa Silvia. Porém,
ela fugiu para Petrópolis por conta do temperamento de Heleno de
Freitas em 1952. Luiz Eduardo — por ter perdido contato desde a mudança —
só teve notícias sobre o pai com 10 anos de idade, justamente sobre seu
falecimento.
Heleno teve complicações com sífilis, que o deixou louco.
Segundo o ex-goleiro Danton, Heleno, já internado em um sanatório, assistia
acompanhado de um médico os jogos do Olympic de Barbacena, e dentre seus
delírios megalomaníacos Danton o ouviu contar que teve casos amorosos com
várias mulheres bonitas, incluindo um caso nunca comprovado com Eva Perón no período em que ele esteve na Argentina. Veio
a falecer no ano de 1959, em um sanatório de Barbacena, onde se internou seis
anos antes, em 1953, com apoio da família.
Sua vida é retratada no filme Heleno estrelado
por Rodrigo Santoro que fez o papel do título e Alinne Moraes,
que fez sua esposa Silvia.
Como jogador foi dono de um gênio
intempestivo, que muitas vezes o fazia ser expulso de campo e lhe trazia muitos
inimigos, Heleno de Freitas, apelidado de "Gilda" por seus amigos do
Clube dos Cafajestes e pela torcida do Fluminense, por seu temperamento e por este ser o nome de uma
personagem da atriz estadunidense Rita
Hayworth em filme de mesmo nome, foi o símbolo de um Botafogo guerreiro, que nunca se dava por vencido.
Descoberto por Neném Prancha no time do Botafogo de praia, Heleno chegou ao time
principal em 1937, com a responsabilidade de substituir o ídolo Carvalho Leite (goleador do tetracampeonato estadual, de 1932 a 35) e não decepcionou a torcida, com grande habilidade e
excelente cabeceio.
Dono de uma postura elegante dentro e fora de campo, o jogador de
cerca de 1,82 metros de altura foi o maior ídolo alvinegro antes de Garrincha, mesmo
sem nunca ter sido campeão pelo clube. Marcou sua passagem pelo Botafogo com
209 gols em 235 partidas, tornando-se o quarto maior artilheiro da história do
clube. Deixou General Severiano em 1948,
quando foi vendido ao Boca
Juniors, da Argentina, na maior transação do futebol
brasileiro até então.
Ainda atuou pelo Vasco da Gama, onde conquistou seu único título por um clube, o de campeão carioca de 1949 com o memorável Expresso
da Vitória, pelo Atlético Junior de Barranquilla (da
Liga Pirata da Colômbia), pelo Santos e pelo América,
onde encerrou a carreira, porém tendo jogado apenas uma partida pelo clube de
Campos Sales, sua única no estádio do Maracanã, sendo expulso aos 35 minutos do
primeiro tempo, após acertar um carrinho violento em um zagueiro adversário.
Ainda tentou, depois, voltar aos campos pelo Flamengo por indicação de Kanela,
mas se desentendeu com os jogadores do rubro-negro num jogo-teste e não foi
aceito.
Fez 18 partidas pela Seleção Brasileira de
Futebol marcando 15 gols, tendo sido artilheiro do Campeonato Sul-Americano de
Futebol de 1945 - atual Copa
América - com 6 gols.
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